Ora aqui estamos um ano depois do objectivo que nos propúnhamos a cumprir. Um post por dia durante um ano. Entre textos de vários estilos, ilustração, desenho, fotografia e até vídeo muitas foram as formas de expressão que fomos encontrando. Um ano passou e nós aqui e em muitos outros sítios. Pelo blogue, pelas republicações no Facebook, Twitter, Google+ e muitas outras de plataformas, também foram muitas as reacções.
Hoje é o fim de um novo início. Este Almanaque fica aqui de arquivo ou recordação, para voltarem sempre que quiserem. Outros projectos virão mas este tem agora o seu ponto final.
Por último agradecer à Coumpa Wolf por ter embarcado nesta aventura e a todas e todos que nos seguiram, comentaram, apreciaram, gostaram ou não, corrigiram e que sempre interagiram connosco, também um grande obrigado.
domingo, 1 de janeiro de 2012
sábado, 31 de dezembro de 2011
365
As
palavras só existem para lhes podermos trocar a ordem das letras.
As letras só existem para podermos
brincar com elas e com as palavras.
As palavras só existem para nos
podermos calar.
Os silêncios só existem quando há alguma coisa para dizer.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
364
Aquela
estranha sensação de olhar para uma foto e ver pessoas com as quais tivemos de
certeza uma parte da nossa história em comum mas que hoje em dia somos
incapazes de reconhecer ou até mesmo, e com muito esforço, recordar o seu nome.
Sinto-me diferente ao olhar para todas as páginas que escrevi, aquelas que tem
seguimentos lógicos ou aquelas soltas, palavras que foram despejadas em
guardanapos ou em restos de papel esquecidos muitas vezes pelos bolsos e só
mais tarde recuperados para o meio de outros tantos já armazenados numa bolsa
plástica qualquer. Choro ao olhar para as fotografias esquecidas em caixas e
desalinhadas da sua linearidade temporal. Choro porque já não sei quem são
aquelas pessoas ao meu lado, a sorrirem, a cumprimentarem-me, com um ar
cúmplice em relação a mim como se fossemos ficar assim para sempre trespassando
o tempo da própria fotografia.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
362
O que lês agora é já passado na escrita. A novidade que se aproxima com a mudança que não controlas rapidamente é passado. A habituação aos dias e aos quotidianos é quase imediata e de repente tiram-nos tudo. A facilidade em perder coisas é natural, faz parte de nós como se fosse quase condição humana.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
360
Não há pior situação do que acordar, de repente
múltiplos sonhos que se esvaem em nuvens de fumo, tudo se perde, tal qual se
deixássemos um papel escrito à chuva, as palavras a perderem-se e o papel a
derreter e o máximo que podemos fazer é esperar que ele seque e tenha
conservado algo, uma réstia de esperança por cada gota de tinta.
domingo, 25 de dezembro de 2011
359
Aqueles
sons que se omitiam junto de ti, aquelas músicas que te têm nas letras e nos
acordes. A dor de recordar bons momentos é realmente algo complicado de
perceber. Olhava para toda aquela gente a dançar numa ânsia de largarem os
restos de mundo exterior que os perseguiam, notava-se a pretensão de soltar todas
as raivas e fúrias, largar no esquecimento um dia maus no trabalho, uma
discussão familiar e eu queria tanto ser como eles. Queria chegar aqui e ter a
facilidade de me soltar assim também, de deixar todo o mundo para trás.
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
355
Seria tão
mais fácil que a palavra escrita gozasse de tanta frontalidade como as palavras
que dizemos olhos nos olhos. Não teríamos de ultrapassar aquele aperto de
barriga quando os dois corpos, próximos, tão próximos que por vezes se tocam.
Voluntária ou involuntariamente uma mão passa na outra, um toque no cabelo, na
face ou as pernas que se cruzam debaixo de uma qualquer mesa. Forçamos tantas
vezes esse toque ocasional. Tão ocasional e tão especial que tem um sabor de
vitória que se celebra solenemente numa solidão incompreendida porque a
situação é estranha e desconhecida. O deslumbramento ocasional com as situações
mais banais que chega a ser ridículo pelas formas que encontramos para encaixar
essa pessoa no nosso quotidiano.
Subscrever:
Mensagens (Atom)